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Textos

Baleiro balas, baleiro balas...

No cinema Colombo, esperando o início do novo filme da Sissi, com Romy Schneider, geralmente lançado nesta época, não dávamos muita atenção ao vendedor. Era Páscoa e como sempre havíamos levado nossas cestas, rigorosamente iguais. Agitados, mexíamos nelas sem parar, comparando-as com as dos demais. Não conseguíamos parar de olhar todos os ovos de chocolate, ovos de açúcar com figurinhas dentro, visíveis através de uma pequena e enfeitada janelinha, grandes balas de goma com sumo e coelhinhos de pão de mel.

Um ninho era muito especial, o dos ovos de galinha multicoloridos, tingidos por nossa avó, com imenso carinho, entregues sempre em uma bandeja de papelão com palhinha no fundo e muitos pequenos ovinhos de chocolate dispostos ao redor, todos envoltos em colorido papel de celofane. Que preciosidade!

Nossas mães não conseguiam convencer-nos de que era mais adequado deixar os ninhos em casa e não levá-los para a sessão de cinema.

A todo momento, trocávamos de lugar, num desassossego proporcional à alegria com as riquezas recebidas. Trocávamos também os chocolates, corríamos e por vezes também brigávamos.

Baleiro balas, baleiro balas, seguia o pobre pelos corredores a chamar.

Jane Ulbrich
28/03/2016

 

 


 


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